quarta-feira, 11 de julho de 2007

Onde é que isto vai parar?


Queridos colegas
Parece que isto está mesmo a aquecer.
Foi-nos enviado o texto que a seguir transcrevemos, em resposta às belas palavras que relatam um amor de outros tempos.
Queremos aqui fazer um esclarecimento: em relação aos dois primeiros intervenientes, nada sabemos, continuamos na mais completa ignorãncia; já em relação às palavras de hoje...qualquer coisa nos diz que sabemos quem é. No entant, e por respeito à privacidade de cada um, aguardaremos que se identifiquem, voluntariamente. :) Malandreco...deste demasiadas pistas, e procuraste "despistar" mas conseguiste o efeito contrário.

Abraços da
Comissão Organizadora


"É sempre bom voltarmos aos lugares onde passámos a nossa meninice. É bem verdade que o tempo tudo muda e, a cada vez que voltamos, menos daquilo que nos era familiar, encontramos. Os velhos amigos partem, também - alguns para sempre – e, no lugar dos velhos prédios, novos vão sendo construídos, tornando cada vez mais difícil esse exercício, quase sempre agradável, de reconstruir o passado a partir das memórias que guardámos.Passei a meninice em Ansião e boa parte da minha juventude. Por isso, sempre que posso aqui volto. Este fim de semana, mais uma vez, cumpri com essa tarefa e visitei alguns familiares afastados que por cá moram e, foram eles que me informaram que no antigo Melado houvera um almoço de confraternização dos antigos alunos do Externato António Soares Barbosa, onde estudei do primeiro ao quinto ano dos liceus, como se dizia na época. Uma mão amiga com eles deixou também o endereço electrónico deste blog. Eufórico, procurei um computador com internet, cioso de rever velhos companheiros; achei-o no Centro Cultural, e aqui deixo meus cumprimentos ao Dr. Fernando Ribeiro, velho amigo, pela magnífica iniciativa de prover os ansianenses com um espaço desta categoria, dedicado à difusão cultural. Perdoem-me, velhos amigos,este preâmbulo e a demora em entrar no assunto que me leva a escrever estas linhas. Mas, a verdade é que, aquilo que eu imaginava que seriam momentos da mais genuína e pura alegria, não demorou a transformar-se em mais um sombrio e doloroso pesadelo. Pesadelo recorrente durante tantos anos da minha vida, do qual me julgava finalmente liberto e que, de repente, como nocturno salteador invade, de novo, a minha vida. Daí, a minha dificuldade em entrar directamente no assunto. Peço-vos perdão, mais uma vez, mas é-me imperioso que assim faça para ver se exorcizo, duma vez por todas – espero - estes velhos fantasmas que me apoquentam.Comecei por olhar as fotos e deliciei-me no rever de tantos rostos tão familiares; quando uma suave onda de nostálgica alegria adolescente começava a me invadir, eis que chego àquela confissão de amor, que para alguns será uma bela história de amor, mas que, para mim, infelizmente, mais pareceuma vulgar gabolice de um Don Juan de meia tijela. Não consigo entender os motivos que levaram este meu antigo colega a escrever o que escreveu, a não ser algo muito próximo daquilo que atrás refiro. E, vós que me lêdes, prestai atenção: Eu conheço bem os envolvidos nesta história. Fui seu colega durante cinco longos anos, escondendo, a custo, o grande amor que essa garota me inspirava, também, escondendo-o de todos e até de mim próprio, uma vez que, dotado de parcos atributos físicos, percebi desde muito cedo que a minha amada só tinha olhos para aquele galã de botas grosseiras e calças de surrobeco. Já a mim, nem me via, a não ser na hora de hora de copiar algum exercício de matemática, porque, ao menos como aluno, sempre fui muito melhor do que o meu concorrente sentimental. Lembro-me bem daquela fatídica tarde em que, segundo ele, se beijaram pela primeira vez. Eu e ele éramos amigos inseparáveis. Via com grande pesar os olhares cada vez mais apaixonados que um ao outro dirigiam. Eles nem me notavam. Um ciúme incontrolável tomava conta de mim. Via como eles procuravam alguns momentos a sós para se falarem. Terminada aula de francês, deixei, como por acaso, um caderno na sala e fui saindo, um pouco à frente deles. No ginásio, voltei para pegar o caderno. Sem fazer barulho, aproximei-me da porta e espreitei. Vi-os a se beijarem. Dei meia volta e saí correndo, tentando esconder as lágrimas. Atravessei o corredor sem ver nada e continuei a correr em direcção à casa de banho, no fim do pátio do recreio. Ouvi que alguém me chamou. Respondi apenas: Eh! pá, estou apertado. E só quando me tranquei numa das casinhas e me sentei na sanita pude, finalmente, dar vazão ao meu desespero e à minha frustração, sem medo de ser descoberto e de ter de pôr a nu os meus secretos sentimentos, verdadeiro motivo daquele meu rompante. Lá me deixei ficar, mesmo depois de ouvir a campaínha tocar dando por terminado o breve recreio. Não compareci à aula de estudo. O senhor Alberto, sempre atento, acabou por me achar. Perguntou-me o que estava a acontecer. Disse-lhe que estava com dor de barriga. Quis saber o que eu comera ao almoço. Disse-lhe e ele lá se convenceu e, acabou por me mandar para casa. Eu fui; mas a maior parte da tarde passei-a escondido na mata, em luta com toda a espécie de sentimentos contraditórios que em mim se degladiavam. Lutava desesperadamnete para apagar aquela cena do beijo da minha memória. Inutilmente. Perseguiu-me durante anos. Afastei-me de Ansião. Sempre me achei feio e desajeitado com as mulheres. Cheguei a ter dúvidas sobre a minha masculinidade. Procurei, no amor pago, minorar o meu sofrimento. Quando a SIDA chegou, resolvi casar, já passado dos trinta anos. Nunca amei a minha mulher. Fiquei casado apenas nove meses. Agora, quando tudo já não passava de uma lembrança quase apagada... Isto!!!E, o que é pior, ela ainda gosta dele! Continua de quatro por um homem que, apesar de se saber correspondido, não teve coragem para fazer triunfar esse amor. Isso é o que mais me dói!Não sei se algum dia terei coragem para participar dos vossos encontros, uma vez que já dei tantas referências a meu respeito que acho que todos já sabem quem eu sou. E é triste termos que enfrentar os nossos fracassos.Peço que não me levem a mal este desabafo. Vão dizer que o fiz só por despeito. Talvez eu não vos tenha feito compreender como esse doloroso acontecimento influiu negativamente em toda a minha vida. Talvez os coordenadores da página apaguem este meu comentário. Não faz mal. Continuarei a amar, em silêncio, a única paixão da minha vida.


PS: Patrício:Acho que tu não sabes quem é o gajo. Acho que ele nunca foi da tua turma, mas enfim... "


Nota da Administração do blog: para quem visita pela primeira vez este espaço, aconselha-se a leitura atenta do histórico. O TEU nome pode andar por aí, nos mais recônditos comentários...

É ele!!!!!!


Caríssimos

O Simões completou com sucesso o puzzle, mas, lamentavelmente, não se lembra da "personagem". Estamos certas que a maioria de vocês se lembra, mas devem estar todos de férias, porque só cinco ou seis pessoas se aventuraram a dar palpites. Curiosamente (ou talvez não!), todos os palpites foram certeiros: Claro que esta carita quase imberbe, aqui postada em forma de puzzle, é, nem mais nem mais nem menos que o nosso Adrianito...com 100 quilos a menos!!!(desculpa, Adriano, a gente gosta de ti de qualquer maneira).
Parabéns a todos os que acertaram...e esperem por mais novidades.
(para amanhã está prometido mais um capítulo do já famoso folhetim das paixões que por aqui se vivem...ou viveram)

Abraços da

Comissão Organizadora


Nota da Administração do blog: para quem visita pela primeira vez este espaço, aconselha-se a leitura atenta do histórico. O TEU nome pode andar por aí, nos mais recônditos comentários...